Governo do Distrito Federal
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30/06/20 às 13h52 - Atualizado em 7/07/20 às 16h36

Combate à pandemia

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Participaram da apresentação da máquina a diretora do Instituto de Física, Fátima Makiuchi, o ministro do MCTI, Marcos Pontes, a reitora Márcia Abrahão e a decana em exercício do DPI, Claudia Amorim. Foto: Leonardo Marques/Ascom MCTI

 

Um dos projetos aprovados na chamada pública para iniciativas de pesquisa de combate à Covid-19 na Universidade de Brasília já está concluído. Trata-se de um equipamento capaz de descontaminar máscaras N95 por meio de luz ultravioleta germicida, permitindo que elas possam ser reutilizadas. O dispositivo, desenvolvido por equipe ligada ao Instituto de Física (IF), foi apresentado na manhã do dia 29/06 e a previsão é que seja entregue ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) nas próximas semanas, após a finalização da fase de testes.

 

A Chamada de Propostas de Projetos e Ações de Pesquisa, Inovação e Extensão para o Combate ao Covid-19, realizada pela Universidade de Brasília (UnB), integra um dos eixos do Convênio 03/2020, firmado em abril pela Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação (Secti), por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), com a Finatec. O objetivo central do convênio é o desenvolvimento de pesquisas e a criação de produtos e serviços para auxiliar o Distrito Federal no enfrentamento da pandemia e também de seus reflexos na região.

 

O professor Pedro Henrique de Oliveira Neto, um dos responsáveis pela iniciativa, contou que a ideia surgiu após ele ter sido procurado por um médico do Hospital de Base do Distrito Federal. “O temor de desabastecimento das máscaras N95, por conta da pandemia do novo coronavírus, impulsionou o projeto”, lembra. Ele se uniu a outros docentes e egressos da Universidade para pensar uma forma de resolver o problema. O grupo, de 15 pessoas, decidiu, então seguir na mesma linha de técnicas de descontaminação já utilizadas em outros países.

 

>> Saiba mais sobre o projeto

 

A máquina usa a luz ultravioleta para “matar” vírus e bactérias. No processo de desenvolvimento, foram feitas simulações para levar em conta o efeito de sombreamento, juntamente com a otimização do espaço para colocação das máscaras. O resultado foi um dispositivo que pode ser construído em módulos. Assim, o equipamento pode ter vários tamanhos, atendendo à demanda de hospitais de diferentes portes.

 

A reitora Márcia Abrahão, presente na apresentação, lembrou que o projeto é um dos quase 200 já aprovados pelo Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de Combate à Covid-19 da UnB (Copei). “Essas iniciativas somam mais de R$ 70 milhões. Já conseguimos cerca de R$ 25 milhões para financiá-las e estamos atrás de outros parceiros. É muito importante que a Universidade coloque à disposição da sociedade sua expertise neste momento tão difícil, em que a prioridade de todos é salvar vidas”, disse.

 

RECURSOS – “O mais importante é que as competências humanas para a construção do equipamento já estavam prontas. Já tínhamos dissertações de mestrado que puderam ser utilizadas nesse esforço”, ressaltou o professor Paulo Eduardo de Souza, outro docente envolvido na iniciativa. A equipe realizou testes biológicos, fez a prototipagem e estabeleceu os protocolos para a utilização da máquina, de modo que ela pode ser replicada em qualquer unidade de saúde.

 

A iniciativa recebeu recursos do Rotary Club de Brasília, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC) e da SECTI/FAPDF.

 

“A pandemia tem evidenciado a importância da ciência e da tecnologia para o combate ao vírus e seus efeitos. Está claro que o melhor investimento a ser feito por um país é da ciência”, disse o ministro do MCTIC, o astronauta Marcos Pontes, que esteve na UnB para conhecer a máquina.

 

Ele também ressaltou a relevância das universidades públicas para o sistema nacional de ciência tecnologia e disse que todas as áreas de pesquisa têm seu papel, inclusive as Humanidades e a pesquisa básica.

 

“Precisamos potencializar parcerias como essa para que o país possa ter mais sucesso, com mais qualidade de vida para as pessoas”, defendeu.

 

A reitora parabenizou o Instituto de Física pelo projeto e agradeceu a parceria do MCTIC e demais parceiros envolvidos. “O esforço institucional conjunto é muito importante para que possamos enfrentar o enorme desafio imposto pela pandemia”, lembrou.

 

Agora, a equipe realiza diversos testes para confirmar a eficácia do equipamento na descontaminação das máscaras. De acordo com o coordenador do projeto, os testes biológicos iniciais mostraram a eficácia da máquina. Restam, ainda, outras etapas de testagem que incluem testes morfológicos e de filtragem.

 

EQUIPE – O projeto conta com uma equipe multidisciplinar de dez pesquisadores:

 

Pedro Henrique de Oliveira Neto (Instituto de Física – IF/UnB) – coordenador;

Paulo Eduardo Narcizo de Souza (Instituto de Física – IF/UnB);

Taygoara Felamingo de Oliveira (Departamento de Engenharia Mecânica da – ENM/ UnB);

José Camargo da Costa (Departamento de Engenharia Elétrica – ENE/UnB);

Izabel Cristina Rodrigues da Silva (Faculdade de Ceilândia – FCE/UnB);

Daniel Oliveira Freire (LS Educacional)

Rosana Rodrigues Galletti (Hospital de Base do Distrito Federal – HBDF);

Julival Ribeiro (Hospital de Base do Distrito Federal – HBDF);

Rodrigo Barbosa Nunes (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal – CREA/DF);

Pedro Gomes Alencar (Instituto de Física da Universidade de Brasília – IF/UnB).

 

*Com informações da UnB

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