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Robótica, pertencimento e permanência: tecnologia como ponte entre escola e universidade
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Projeto apoiado pela FAPDF e coordenado pela professora Pricila Kohls-Santos, aposta em oficinas, protótipos e mentoria universitária para engajar jovens do ensino médio
Estudantes recebem apoio técnico e pedagógico durante a execução das atividades de robótica. (Créditos: ASCOM/FAPDF)
“Sou pedagoga de formação e informata de coração”, resume a professora e pesquisadora Pricila Kohls-Santos, que dedica sua carreira a unir educação, tecnologia e relações humanas. Com mais de 16 anos de experiência na educação básica, Pricila hoje atua como docente e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de Brasília (UCB), além de liderar o Grupo de Pesquisa em Tecnologias Digitais, Internacionalização e Permanência Estudantil (GeTIPE).
A professora Pricila Kohls durante apresentação do projeto, destacando o papel da robótica como ferramenta de pertencimento e permanência na educação. (Créditos: Arquivo pessoal/Pricila Kohls)
Sua trajetória inclui graduação em Pedagogia com ênfase em Multimeios e Informática Educativa, mestrado e doutorado em Educação pela PUCRS e pós-doutorado em Educação Superior pelo Centro de Estudos em Educação Superior (CEES/PUCRS).
StayTech Edu: permanência estudantil na prática
Logomarca do StayTech Edu (Créditos: Divulgação)
Com apoio da FAPDF através do edital Learning 2023, Priscila coordena o projeto StayTech Edu — uma junção de Stay (permanecer), Tech (tecnologia) e Edu (educação). O nome traduz exatamente a essência da iniciativa: usar a tecnologia como aliada para promover a permanência de jovens na educação e aproximá-los do universo acadêmico.
A proposta é desenvolver atividades que inspirem autonomia, engajamento e senso de pertencimento entre estudantes do ensino médio, especialmente os que enxergam a universidade como um espaço distante de suas realidades.
O projeto é desenvolvido em quatro etapas:
Sensibilização das escolas parceiras;
Oficinas de robótica, eletrônica e programação, realizadas na universidade;
Desenvolvimento de protótipos inspirados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS);
Acompanhamento da trajetória dos jovens, especialmente no ingresso ao ensino superior.
Entre as soluções em andamento estão uma estufa hidropônica automatizada, um sistema de casa inteligente para pessoas com deficiência visual e um teto rotacional para captação máxima de energia solar.
Tecnologia, mentoria e permanência
Um dos diferenciais do StayTech Edu é a mentoria universitária: estudantes de graduação e pós-graduação de diferentes áreas — Pedagogia, Arquitetura, Engenharia de Software, entre outras — atuam como tutores, acompanhando os jovens em oficinas e no desenvolvimento dos projetos.
Estudantes do CEM interagem no processo de programação e montagem de protótipos. (Créditos: ASCOM/FAPDF)
“Para os estudantes do ensino médio, estar lado a lado com colegas que já estão na universidade é motivador. Eles se sentem pertencentes e percebem que também podem estar neste espaço”, destaca Pricila.
Mais do que ensinar programação, o projeto busca usar a tecnologia como meio de fortalecer a permanência estudantil. “Quando um jovem se vê capaz de criar soluções para problemas reais, ele descobre seu potencial. A tecnologia pode ajudar a desenvolver autonomia, organização e até comunicação entre gerações. Mas precisa ser usada de forma consciente, ética e com intencionalidade pedagógica”, explica.
Apoio da FAPDF e próximos passos
O suporte da Fundação tem sido essencial para o avanço da iniciativa. “Sem o financiamento da FAPDF não seria possível trazer os estudantes até a universidade, adquirir equipamentos e proporcionar essa experiência completa. A Fundação é parceira fundamental na transformação de vidas e contextos educativos”, afirma a pesquisadora.
Circuito eletrônico montado por estudantes durante as atividades de robótica educacional. (Créditos: ASCOM/FAPDF)
Atualmente, os grupos estão na fase de montagem dos protótipos, que serão apresentados em uma feira universitária. Em seguida, a equipe acompanhará os estudantes concluintes do ensino médio para avaliar como a experiência impactou suas escolhas no Enem e no ingresso no ensino superior.
“Nosso objetivo é reduzir o abismo entre a escola e a universidade. Queremos que os jovens sintam que esse espaço também lhes pertence, para que permaneçam nos estudos e se vejam como protagonistas capazes de transformar realidades”, conclui Pricila.
Saiba mais sobre o projeto StayTech Edu no site oficial: StayTech Edu.
Reportagem: Gabriela Pereira