07/08/2025 às 15h50 - Atualizado em 07/08/2025 às 19h07

Tecnologia a serviço da saúde: aplicativo de diagnóstico dermatológico DermAlert é desenvolvido com apoio da FAPDF

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Projeto usa inteligência artificial e dermatoscopia para auxiliar no diagnóstico precoce de doenças de pele

Ascom FAPDF

 

Carla Rocha (quinta da esquerda para a direita) e a equipe responsável pelo desenvolvimento do DermAlert celebra os avanços do projeto. Iniciativa tem apoio da FAPDF e aposta em tecnologia para ampliar o acesso ao diagnóstico dermatológico.(Crédito: Arquivo pessoal)

 

A iniciativa é coordenada pela professora e pesquisadora Carla Rocha, referência na área de inovação em saúde digital. Doutora em Comunicação e Cultura, Carla possui ampla experiência em projetos interdisciplinares que conectam ciência, tecnologia e impacto social. À frente do DermAlert, ela lidera uma equipe composta por profissionais das áreas de medicina, ciência de dados, tecnologia da informação, design e comunicação. O trabalho conjunto tem como objetivo desenvolver soluções inovadoras que contribuam para uma saúde pública mais eficiente e equitativa.

 

Acesso fácil e tecnologia intuitiva

 

Segundo Carla, o ponto de partida do projeto foi a constatação de que muitas pessoas, especialmente em regiões periféricas e áreas com baixa cobertura dermatológica, enfrentam dificuldades para obter um diagnóstico preciso e em tempo hábil. “O tempo entre o aparecimento de uma lesão e sua avaliação por um especialista pode ser determinante para o sucesso do tratamento, principalmente em casos de câncer de pele. Pensamos o Dermalert como uma ferramenta de triagem inteligente, que pode reduzir esse tempo e ampliar o acesso ao cuidado”, explica.

Usuário registra imagens da lesão para análise: app orienta sobre qualidade e nitidez das fotos e realiza a avaliação do fototipo da pele, contribuindo para diagnósticos mais personalizados. (Crédito: Imagens da plataforma / Reprodução)

 

O funcionamento do aplicativo é simples e intuitivo. Após fazer login com CPF e senha, o usuário é conduzido por uma interface que orienta o registro da lesão na pele, por meio de fotos feitas com a câmera do celular. Em seguida, responde a um questionário que ajuda a identificar seu fototipo de pele, um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças dermatológicas. Com base nas imagens e nas respostas fornecidas, a inteligência artificial integrada ao sistema realiza uma análise inicial da lesão, identificando padrões visuais e características que podem indicar a necessidade de avaliação médica especializada.

 Além da IA, o DermAlert incorpora o uso de dermatoscópios digitais, dispositivos que permitem a captura de imagens de alta definição da pele. Esses equipamentos potencializam a qualidade da análise automatizada e podem ser acoplados ao celular. A ideia é que, futuramente, agentes de saúde e profissionais da atenção primária também utilizem o aplicativo como ferramenta de apoio ao diagnóstico e encaminhamento.

 

Dermatoscopia digital em ação: tecnologia permite capturar imagens em alta definição para análise automatizada. (Crédito: Arquivo pessoal)


 

Apoio da FAPDF fortalece impacto social

 

O projeto recebeu financiamento da FAPDF por meio de edital voltado à inovação com impacto social, permitindo a estruturação de todas as fases de desenvolvimento — desde a concepção e testes até a criação de um protótipo funcional. A fundação reconhece o potencial do aplicativo não apenas como um avanço tecnológico, mas como um instrumento de promoção da equidade em saúde.

Para Carla Rocha, o projeto representa também uma oportunidade de educação em saúde. “Mais do que uma tecnologia, o DermAlert é uma plataforma de empoderamento do cidadão. Ao conhecer melhor sua própria pele e ficar atento a alterações, o usuário se torna agente ativo do cuidado com a própria saúde”, afirma. A pesquisadora ressalta ainda que o aplicativo está sendo desenvolvido com foco na acessibilidade digital, para garantir que diferentes públicos, inclusive pessoas idosas ou com baixa escolaridade, possam utilizá-lo com autonomia.

Atualmente, o app encontra-se em fase de validação com usuários reais, e a equipe já vislumbra parcerias com instituições públicas para aplicação em larga escala. A proposta é que o DermAlert funcione como complemento ao Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo para desafogar filas, otimizar encaminhamentos e oferecer suporte à tomada de decisão clínica.